domingo, 24 de fevereiro de 2013

Filme: Cotton Club (1984 - EUA)

Harlem, Nova York, 1928. Dixie Dwyer (Richard Gere), um músico, salva a vida de Arthur "Dutch Schultz" Flegenheimer (James Remar), um gângster, quando este foi vítima de um atentado. Imediatamente Dutch coloca Dixie trabalhando para ele, que então passa a circular no Cotton Club, uma elegante casa noturna na qual artista negros se apresentam para um público formado exclusivamente por brancos. Desta maneira Dwyer conhece Vera Cicero (Diane Lane), a jovem amante de Dutch, e os dois logo se apaixonam. Entretanto, para permanecerem vivos mantêm esta relação em segredo. Paralelamente um outro caso de amor acontece no Cotton Club, quando Sandman Williams (Gregory Hines), um exímio sapateador negro que sonha em trabalhar na famosa casa noturna, se apaixona por Ula Rose Oliver (Lonete McKee), uma mestiça que se faz passar por branca e já trabalha no Cotton Club. É uma época em que os gângsters irlandeses e judeus lutam contra os italianos, sendo que diversas brigas deles foram públicas e tiveram o Cotton Club como cenário. Dixie Dwyer não suporta a situação que vive, mas a sorte lhe sorri quando o convidam para fazer um teste para o cinema. Apoiado por Owney Madden (Bob Hoskins), o dono do Cotton Club, e de seu sócio Frenchy Demange (Fred Gwynne), o músico consegue o principal papel de "Mob Boss", para desagrado de Dutch. Vera por sua vez se torna dona do Vera's Club, que lhe foi dada por Dutch e se ela tem o que sonhou em contrapartida não é livre.
Para os amantes da boa música e de boas histórias, fica a recomendação.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Caminhos do Chile.

Nesses poucos dias que passamos em Santiago do Chile, eu e minha adorável esposa, e aqui falo por nós dois, constatamos algumas coisas e nos surpreendemos com outras.
O povo chileno é de uma educação invejável e isso se materializa no tratamento dado ao visitante, na limpeza urbana, na valorização da sua cultura e principalmente na politização supra partidária da população, esteja ela na classe social que estiver.
Lá, como em todo lugar, existe pobreza. Mas a grande diferença para nós brasileiros, é que mesmo os pobres possuem uma conscientização de sua importância social que os fazem lutar, para mudar sua condição sem esperar letargicamente as bonificações dos programas governamentais.
Raramente nos deparamos com pessoas, sejam crianças, jovens ou adultos em estado de miserabilidade. Ao fazermos nossa visitação aos pontos turísticos daquela cidade não encontramos um pedinte sequer e até mesmo os poucos ambulantes que haviam nestes locais se comportavam de forma muito diferente da que costumeiramente encontramos no Brasil.
Tivemos a possibilidade de conhecer lugares encantadores e mesmo aqueles que nos trazem algumas lembranças tristes, como o Palácio La Moneda (símbolo maior da ditadura local) hoje é visto com os olhos de que o triste passado que um dia representou  não mais simboliza um desagradável monumento a expropriação dos direitos civis, mas uma bela construção que se tornou a antítese de tudo o que já foi, se constituindo no estímulo maior para a formação de uma nova e moderna sociedade onde a preservação da ordem, do progresso e do bem estar, em nenhuma hipótese, deve se confundir com o direito a liberdade de pensamento e expressão, seja no âmbito individual ou coletivo.
O Chile, por sua localização geográfica, é, pelos próprios chilenos considerado o "final do mundo". Claro que num sentido de brincadeira, porém eles se utilizam desta para expressar sua necessidade de se tornar cada vez melhores para que possam receber a atenção dos demais paises. E estão conseguindo a passos largos, pois além da excelente qualidade de vida que possuem, praticamente sem inflação, sua previsão de crescimento do PIB para 2013 é da ordem de 5,2%.
Ao contrário da citada brincadeira, percebemos que a Patagônia, a Cordilheira dos Andes e os seus Vales, nos remetem mais ao princípio de tudo do que a um final. Parece-nos que a inspiração para a criação surgiu exatamente desta diversidade lúdica e contrastante, proporcionada por suas perfeitas contradições . Como se imaginar que em pleno mês de fevereiro poderíamos ter contato com a neve? Como entender que num trajeto de carro de pouco mais de uma hora, passamos de uma temperatura de 34º para apenas 12º? Como se dá a produção dos conceituados vinhos em um solo completamente arenoso irrigado de forma artesanal pela mão humana? Perguntas, que ao meu ver, não devemos tentar responder, pois, certamente não seremos capazes de uma definição que passe ao menos próximo da verdade. Se é que existe uma!
Outro aspecto que nos encantou foi a valorização e por que não dizer a devoção (no bom sentido) ao aspecto cultural que permeia toda a sociedade. Não houve sequer uma pessoa que tenhamos conversado e que não tivesse, de alguma forma, algum conhecimento sobre a cultura local. Em particular, especulei muito sobre um dos meus escritores favoritos de todos os tempos, Ricardo Eliezer Neftali Reyes Basoalto que mais tarde viria a se tornar Pablo Neruda. Fiz todas as perguntas que sempre desejei a seu respeito, tomei conhecimento de coisas que não sabia e li textos que sequer chegaram (e não sei se chegarão) ao Brasil e não resistindo, comprei sua biografia oficial.
Sabemos que recomendações são sempre duvidosas, mas não podemos deixar de incentivar as pessoas a visitarem um pequeno país com imensa grandeza. O Chile é o que há de melhor na América do Sul!
Por fim, a minha presença naquele lugar me deu o direito de repetir o que disse um dia o poeta, "Confesso que he vivido".

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Que Venha o Carnaval!

Finalmente chegamos ao momento mais honesto dos 365 dias do ano, o Carnaval!
Festa do povo sarcasticamente definida como pagã pela igreja.
Muito além da concepção de momento e também para além da ideia hipócrita de confraternização, o Carnaval se destaca de qualquer outro acontecimento a nível de Brasil e ganha por corpos de vantagem dos tão badalados Natal e Ano Novo.
Tentarei explicar! Quando nos aproximamos do Natal somos entubados por diversos meios que tentam nos mostrar que este é o momento o qual devemos nos rever, nos confraternizar, sermos solidários, enfim, nos vestirmos com um manto de bondade que se encarregará de nos transformar nas melhores pessoas do mundo e os verdadeiros e fiéis representantes da bondade divina.
No Ano Novo tudo se renova, nada de mal acontecerá deste momento em diante, nossas orações serão todas atendidas e nenhum mal nos assolará, pois nos tornamos imunes a infortúnios. Quando o céu fica colorido pelos fogos que celebram este rito de passagem, e porque não dizer, para o ressurgimento da vida, uma nova realidade se apresentará.
Tudo heresia, mentira, falsidade, comercial, desonesto, etc....
Essas duas datas são o que há de pior no nosso calendário.
Só se prestam para trazer melancolia, sofrimento, hipocrisia e a ilusão consciente (se é que isso é possível) para as pessoas, pois, passadas apenas algumas horas tudo volta a como sempre foi e mesmo os mais bossais percebem que terão que esperar até o próximo ano para exercerem novamente suas ridículas e falsas convicções.
Já o Carnaval é diferente! Este se constitui realmente numa festa popular onde, em oposição ao Natal e ao Ano Novo, todos podem se divertir sem a necessidade de gastar valores monetários para comprar suas felicidades.
O sentimento das pessoas é de alegria e diversão, onde pobres e ricos se embutem da mesma sensação de liberdade e descontração.
Viva a folia, a honestidade, o igualitarismo. Viva a verdadeira alegria, que por mais que seja somente por um curto período é honesta e nos liberta das imensas bestices, idiotices, mesmices e outras ices que só servem como meios de enganação e manipulação para com os medíocres.