domingo, 29 de setembro de 2013

InCulturando: HAVANA (1990 - EUA)

InCulturando: HAVANA (1990 - EUA): Havana é um filme independente, do gênero drama romântico, de 1990, estrelado por Robert Redford, Lena Olin e Raúl Juliá, dirigido por Syd...

HAVANA (1990 - EUA)

Havana é um filme independente, do gênero drama romântico, de 1990, estrelado por Robert Redford, Lena Olin e Raúl Juliá, dirigido por Sydney Pollack e com música de Dave Grusin.
Se trata de mais um clássico de admirável (mas não surpreendente) direção.
Um filme intenso, político e dramático, pois retrata uma Havana (Cuba) que até 1959, antes da revolução castrista era tida como a cidade dos amantes, das noivas, dos apaixonados. Local onde se podia ouvir música de boa qualidade, se jogar nos cassinos por profissão ou diversão e se apaixonar, no sentido mais amplo do termo.
Mal comparando, o que falamos hoje sobre os encantamentos de Paris, a cidade luz, poderíamos aplicar a Havana da época.
O filme é brilhante em todos os aspectos, no entanto quero me referir aqui aos período pré e pós revolução.
Cada vez que vejo um filme, um documentário, uma matéria, ou qualquer outra coisa do gênero fico a pensar como as vezes as escolhas que fazemos ao longo da vida podem definir o nosso presente e, principalmente, o nosso futuro.
Todo o encanto de Havana, seu livre trânsito para ir e vir ao mundo, exportando e importando conhecimento, cultura, tradição, exuberância, foram à lona com a tomada do poder pelos revolucionários liderados por Fidel Castro.
Não que o governo de Fulgêncio Batista fosse admirável, mas isso é outra história.
O regime imposto, após a revolução, que até então se dizia socialista e que conseguiu encantar o povo cubano e parte do mundo, por algumas décadas, aos poucos foi se mostrando um meio eficaz de se praticar uma forma clássica de dominação, se aproximando, quem sabe, do que Karl Marx chamava de Ditadura do Proletariado.
Em raríssimos casos a tomada de poder pela força consegue a longo prazo trazer um grau de satisfação para a massa que não faz parte do establishment. Geralmente os maiores beneficiados são aqueles que estão no comando e, quase sempre, passam a adorá-lo, principalmente por conta das benécies que este lhes proporciona, o que aos poucos tem como consequência inevitável a transformação de aliados em inimigos, pois com o tempo, percebe-se uma diferença de modus vivendi que antes além de não ser preconizada era abominada pelos ditos revolucionários.
Quase todos os países da América Latina já viveram situações em que ditadores oportunistas se valeram da ignorância e do despreparo político de boa parte da população. Abaixo da linha do Equador, isso não chega a ser novidade, e me aventuro a dizer que, ainda nos dias de hoje, existem ditadores disfarçados que conseguem iludir com êxito a classe dos desvalidos que eles fazem questão de manter sob seu controle. Podemos atualmente citar países como Argentina, Bolívia, Brasil, Equador e Venezuela onde esta prática é descaradamente desenvolvida, de forma disfarçada, em programas de ascensão e inclusão social da população.
Existem várias Havanas espalhadas pelo mundo. Cuba é apenas um exemplo, e provavelmente o mais emblemático ao lado da Coréia do Norte, de como a conquista pela "mentira" está fadada ao insucesso em curto espaço de tempo, transformando o sonho da liberdade no pesadelo da prisão.