segunda-feira, 19 de março de 2012

Opinião: Somos palhaços?

Muito me admira o fato de após a reportagem do programa "Fantástico" da TV Globo, exibida em 18/03/2012, sobre os esquemas de corrupção montados para fraudar licitações públicas, principalmente na área da saúde, o alarde que tomou conta dos noticiários.
Ora, todos nós de uma forma ou de outra sabemos que isso ocorre a pouco menos de quinhentos anos. Não é novidade nenhuma, para ninguém, que recursos destinados ao serviço público para atender a população acabem em poder de empresas que muitas das vezes são criadas especificamente para esse fim.
Identificar uma licitação fraudulenta é a coisa mais simples que existe. Afirmo que de todas que ocorrem diariamente por todo o Brasil mais da metade, de um jeito ou de outro, contém algum tipo de irregularidade.
O que mais me deixa embasbacado é que para tal ilicitude acontecer, tem que necessariamente haver a participação do poder público, pois, não há corrupto sem corruptor. E onde está a fiscalização governamental, seja na esfera municipal, estadual ou federal, que só atenta para este tipo de irregularidade viciada quando a imprensa joga no ventilador?
Onde estão os MP's, os TJ's, as CGU's e etc que não conseguem, ou não querem, ou são impedidos de identificar algo tão latente?
Sou totalmente a favor de que as empresas nocivas a sociedade sejam banidas do mercado e seus responsáveis punidos exemplarmente, no entanto, defendo também, e principalmente, um maior rigor na punição dos servidores que viabilizam tamanha roubalheira.
Não adianta acharmos que somente os empresários enriquecem neste lamaçal. Muitos agentes públicos ficaram milionários por participarem do processo. Eu duvido que tenha um cidadão mais ou menos esclarecido que não conheça ou conheceu um servidor público que como se diz na gíria "se deu bem".
Paremos de demagogia e palhaçada. Somos tidos como um dos países mais corruptos do mundo não é por acaso, e por isso mesmo temos dois caminhos a seguir: ou assumimos de vez que além de incompetentes para fiscalizar possuímos uma formação político-social que desde o descobrimento sempre valorizou mais as facilidades de se obter vantagens do que o trabalho propriamente dito, ou deixamos de fazer de conta que estamos tomando providências e partimos efetivamente para um choque de moralidade, a começar pelos nossos representantes e governantes políticos.
Se não for assim, é melhor pararmos com o "circo". 

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