terça-feira, 1 de maio de 2012

Crônica: Ideologia, de quem?

Ainda nos anos de 1980, na Faculdade de Ciências Sociais da UFF, eu era bastante criticado por defender a tese de que no Brasil o sistema político partidário era alicerçado sobre nomes e não em legendas.
Participei de discussões homéricas, tentando demonstrar que a nossa cultura não era a de se voltar para ideologias, mas sim, debruçava-se nas personas que se aproximavam dos objetivos individuais.
Dito e feito! Mais de vinte anos após, ficamos sabendo pela imprensa que o Sr Carlos Augusto Ramos (Carlinhos Cachoeira), o nome do moda, tentou comprar um partido político para expandir seus domínios.
Duvido que nunca tenha ocorrido isso na história do Brasil, e com sucesso. Na verdade os partidos aqui tem verdadeiros donos (vide o recente PSD do Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab)  que colocam suas ambições, seus desejos e suas intenções, como se fossem fruto do resultado de pensamentos coletivos.
Somos um país, onde ao contrário da maioria das outras nações, o partido político não emana das classes mais rasas (salvo o PT, que teve seu início no movimento popular, mais hoje não se difere em nada de nenhum outro). Aqui a elite se encarrega de definir o que é melhor para o povo.
Portanto, o que vejo hoje não é nenhuma novidade, somente corrobora o que sempre pensei. Fomos adestrados para fazer valer o desejo dos senhores, levar adiante suas ideias, favorecer seu poderio.
Ideologia pressupõe educação, aprendizado e conhecimento, ingredientes que não fazem parte do tempero que é permitido a massa ter acesso.

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