domingo, 29 de setembro de 2013

InCulturando: HAVANA (1990 - EUA)

InCulturando: HAVANA (1990 - EUA): Havana é um filme independente, do gênero drama romântico, de 1990, estrelado por Robert Redford, Lena Olin e Raúl Juliá, dirigido por Syd...

HAVANA (1990 - EUA)

Havana é um filme independente, do gênero drama romântico, de 1990, estrelado por Robert Redford, Lena Olin e Raúl Juliá, dirigido por Sydney Pollack e com música de Dave Grusin.
Se trata de mais um clássico de admirável (mas não surpreendente) direção.
Um filme intenso, político e dramático, pois retrata uma Havana (Cuba) que até 1959, antes da revolução castrista era tida como a cidade dos amantes, das noivas, dos apaixonados. Local onde se podia ouvir música de boa qualidade, se jogar nos cassinos por profissão ou diversão e se apaixonar, no sentido mais amplo do termo.
Mal comparando, o que falamos hoje sobre os encantamentos de Paris, a cidade luz, poderíamos aplicar a Havana da época.
O filme é brilhante em todos os aspectos, no entanto quero me referir aqui aos período pré e pós revolução.
Cada vez que vejo um filme, um documentário, uma matéria, ou qualquer outra coisa do gênero fico a pensar como as vezes as escolhas que fazemos ao longo da vida podem definir o nosso presente e, principalmente, o nosso futuro.
Todo o encanto de Havana, seu livre trânsito para ir e vir ao mundo, exportando e importando conhecimento, cultura, tradição, exuberância, foram à lona com a tomada do poder pelos revolucionários liderados por Fidel Castro.
Não que o governo de Fulgêncio Batista fosse admirável, mas isso é outra história.
O regime imposto, após a revolução, que até então se dizia socialista e que conseguiu encantar o povo cubano e parte do mundo, por algumas décadas, aos poucos foi se mostrando um meio eficaz de se praticar uma forma clássica de dominação, se aproximando, quem sabe, do que Karl Marx chamava de Ditadura do Proletariado.
Em raríssimos casos a tomada de poder pela força consegue a longo prazo trazer um grau de satisfação para a massa que não faz parte do establishment. Geralmente os maiores beneficiados são aqueles que estão no comando e, quase sempre, passam a adorá-lo, principalmente por conta das benécies que este lhes proporciona, o que aos poucos tem como consequência inevitável a transformação de aliados em inimigos, pois com o tempo, percebe-se uma diferença de modus vivendi que antes além de não ser preconizada era abominada pelos ditos revolucionários.
Quase todos os países da América Latina já viveram situações em que ditadores oportunistas se valeram da ignorância e do despreparo político de boa parte da população. Abaixo da linha do Equador, isso não chega a ser novidade, e me aventuro a dizer que, ainda nos dias de hoje, existem ditadores disfarçados que conseguem iludir com êxito a classe dos desvalidos que eles fazem questão de manter sob seu controle. Podemos atualmente citar países como Argentina, Bolívia, Brasil, Equador e Venezuela onde esta prática é descaradamente desenvolvida, de forma disfarçada, em programas de ascensão e inclusão social da população.
Existem várias Havanas espalhadas pelo mundo. Cuba é apenas um exemplo, e provavelmente o mais emblemático ao lado da Coréia do Norte, de como a conquista pela "mentira" está fadada ao insucesso em curto espaço de tempo, transformando o sonho da liberdade no pesadelo da prisão.

domingo, 25 de agosto de 2013

NOSTALGIA.......


Neste sábado, ao fazer uma visita de trabalho a um cliente no bairro da Urca, me dei conta de algumas coisas que 
certamente quem é carioca e tem por vota dos 40 anos vai se identificar.
A Urca é um bairro residencial, cortado por ruas arborizadas. 
A avenida Pasteur, antiga Praia da Saudade, abriga hoje o Iate Clube do Rio de Janeiro e as instalações da UNIRIO-Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Instituto Benjamin Constant, este último referência nacional no tratamento da cegueira. Na Praia Vermelha, estão o Instituto Militar de Engenharia (IME), a Escola de Comando e Estado Maior do Exército, a pista de caminhada Cláudio Coutinho e a estação do primeiro estágio do Teleférico. Em um percurso de 1330 metros, sob cabos de aço, o mundialmente conhecido Bondinho, leva milhões de turistas ao alto dos morros da Urca e Pão de Açúcar.
Apesar de morar bem próximo dali, já fazia um bom tempo que eu não visitava o bucólico lugar.
A Urca, que fica ao mesmo tempo integrada aos demais bairros da zona sul carioca, se destaca pela sua posição geograficamente isolada, pois seu acesso e a sua ligação é permeada e feita por uma única via, no restante é circundada pelo mar.
O bairro em si nos lembra uma pequena cidade do interior, pois é fácil identificar sua população local em meio ao contingente de visitantes. As pessoas com suas cadeiras nas calçadas, as casas cercadas de plantas, as ruas arborizadas e a brisa do mar nos envolvendo durante todo o tempo.
Enfim, que o lugar é uma maravilha eu já sabia! Mas o que me fez escrever este ensaio a seu respeito foi a restauração do imponente prédio, localizado em um recôncavo no bairro e que esconde um passado rico, que já abrigou o nada menos famoso Cassino da Urca. 
Entre 1936 e 1946, desfilou por ali toda a elite brasileira, além de visitantes ilustres como Walt Disney (1901-1966). Pois, além dos salões de jogos, o local tinha um teatro onde Carmen Miranda (1909-1955) se apresentava semanalmente entre 1936 e 1940.
Era um local de glamour onde os homens mais bem sucedidos levavam suas amantes para desfrutar do que era considerado o melhor programa da night carioca.
No entanto a "hipocrisia puritanista" sempre existil, e ali não foi diferente. Em 1946, a pedido da esposa, dona Carmela, o presidente Eurico Gaspar Dutra (1883-1974) proibiu os jogos no país e o cassino encerrou as atividades.
O lugar ficou vazio até 1950, quando foi comprado pela TV Tupi, pioneira nas transmissões televisivas no Brasil e de onde despontaram para o mundo vários nomes da cena artística nacional, que até então se ressumiam aos programas de rádio. 
Em 1980, o prédio voltou a ser fechado e assim permaneceu até 2006, quando o Istituto Europeo di Design começou a restaurá-lo para instalar ali sua sede no Brasil.
É impossível visitar a Urca sem fazer uma viagem ao passado, que produz em nós um retrocesso gostoso, uma ternura sutil, uma vontade imensa de ser feliz.
Afinal, como diz a frase, "recordar é viver!

sábado, 27 de julho de 2013

V de Vingança (EUA-2006)

V de VingançaEm uma Inglaterra do futuro, onde está em vigor um regime totalitário, vive Evey Hammond (Natalie Portman). Ela é salva de uma situação de vida ou morte por um homem mascarado, conhecido apenas pelo codinome V (Hugo Weaving), que é extremamente carismático e habilidoso na arte do combate e da destruição. Ao convocar seus compatriotas a se rebelar contra a tirania e a opressão do governo inglês, V provoca uma verdadeira revolução. Enquanto Evey tenta saber mais sobre o passado de V, ela termina por descobrir qual é o seu papel no plano de seu salvador para trazer liberdade e justiça ao país.
A pergunta que se faz após assistirmos a esta excelente obra, apesar de ser quase um jargão, mas que se aplica em gênero número e grau neste momento, é a seguinte: A vida imita a arte ou a arte imita a vida?
A história, mesmo sendo uma ficção, tem um viés politico extremamente forte e não por coincidência versa sobre as manobras governamentais na Inglaterra da época, que procuram empurrar para debaixo do tapete as suas sujeiras, bem semelhantes as que temos por aqui.
Nunca estivemos num momento tão apropriado para assistirmos a este grandioso triler, que, por coincidência ou não, no momento de seu lançamento, não teve a divulgação comercial que deveria.
O fato é que para quem deseja entender o sentido mascarado dos "anonimous", tão marcantes nos recentes manifestos populares ocorridos no Brasil, não deve deixar de ver este maravilhoso filme,
composto de ação e ficção na medida certa, pois não se desfoca do seu objetivo em nenhum momento, nunca esteve tão próximo da nossa realidade como agora.

domingo, 21 de julho de 2013

Antes que o DIABO saiba que você está MORTO (2007 - EUA)

Antes que o Diabo Saiba que Você Está MortoNova York. Andrew "Andy" Hanson (Philip Seymour Hoffman) é um viciado em drogas cuja carreira de executivo está desmoronando. Para se livrar de uma auditoria, que demonstrará graves problemas na sua área, convence o irmão Hank (Ethan Hawke), que também tem problemas financeiros (deve três meses da pensão da sua filha, cuja guarda está com a ex-mulher), a assaltar a joalheria dos pais deles, Charles (Albert Finney) e Nanette (Rosemary Harris). O plano parece fácil, pois eles conhecem bem o funcionamento do lugar. Na hora da ação, os dois esperavam encontrar apenas uma idosa funcionária, mas é a mãe que aparece de surpresa. O cúmplice de Hank é morto, mas antes acaba ferindo-a tão gravemente que ela, apesar de não falecer, é considerada clinicamente morta. Charles jura se vingar a qualquer custo dos culpados, sem saber que está à caça de seus próprios filhos. Agora os dois irmãos precisarão lidar com as repercussões do seu trágico plano.
Sem sombra de dúvidas é um dos mais bem montados enredos desenvolvidos para um filme, onde se consegue concatenar simetricamente um drama impressionante envolvendo traição, personalidades, adultério, drogas e vidas completamente envolvidas com problemas financeiros e familiares.
Ao contrário do que se possa imaginar, a trama não se traduz em violência gratuita, as cenas são na medida exata para contar uma história a qual cada sequência não nos permite ter a menor ideia do que virá adiante.
Como disse Roger Ebert do Chicago Sun Times "...este filme gruda em você..".
Vale a pena assisti-lo, pois dificilmente se algum de nós ainda não se viu ( e tomara que não se veja) certamente conhece alguém que passou por semelhante situação em maior ou menor grau.

domingo, 30 de junho de 2013

Lua de Fel (1992 - França)

Lua de FelUm casal de ingleses, Nigel (Hugh Grant) e Fiona (Kristin Scott Thomas), embarcam num cruzeiro marítimo onde conhecem a sensual Mimi (Emmanuelle Seigner), uma francesa casada com o americano Oscar (Peter Coyote), homem preso a uma cadeira de rodas. Ao notar o interesse que Nigel sente por Mimi, Oscar resolve contar sua história com ela, como se conheceram e se amaram loucamente até a paixão doentia se transformar em um ritual de humilhação.
Uma história de sedução, amor, sexo, traição e tragédia. Componentes que formam o ingrediente perfeito para este excelente filme, mais atual do que nunca.
Ao retratar a vida distinta de dois casais que pelo destino acabam  se encontrando, Roman Polanski consegue desenvolver uma trama cheia de surpresas e sensualidade que acaba por unir percepções aparentemente opostas sobre a (in)fidelidade conjugal.
Com uma forte dose de libertinagem, porém, sem partir para a vulgaridade, a obra nos remete a refletir sobre situações do cotidiano as quais, dificilmente, em algum momento deixamos de nos identificar, pois o enredo é super contemporâneo e os valores abordados em relação ao convívio a dois estão mais do que presentes, em maior ou menor grau, dentro de todos nós.

domingo, 23 de junho de 2013

Nos entendemos?

Realmente não há como deixar de se surpreender com as manifestações de rua ocorridas nos últimos dias. Parece-me que havia um sentimento de indignação recolhido, que buscava havia tempo, um motivo realmente forte para se exteriorizar, que, certamente, não foram os R$ 0,20 de aumento nas passagens de ônibus.
Como tenho dito em vários momentos, o Brasil, ao meu ver, vive uma crise de identidade que mais hora, menos hora, viria a tona, e veio.
Desde a transmissão do cargo de Presidente de FHC para Lula, pairava uma certa desconfiança no ar sobre o que poderia acontecer ao país. Naquele momento fiquei meio recluso, pois torcia para que tudo desse certo e fosse feito do jeito que o PT apregoava a pelo menos vinte anos, mas, logo nos primeiros meses a sensação de que as coisas não ocorreriam como previsto, começou a ficar mais forte.
Perdi a conta de quantos protestos participei em favor da democracia e moralização do país. Desde a mobilização pelas "diretas" que reuniu mais de um milhão de pessoas na Avenida Presidente Vargas até o "fora Collor", onde o destaque foram os "caras pintadas", sempre capitaneados pelo Partido dos Trabalhadores.
Fernando Collor caiu por meio do impeachment, assumiu seu vice Itamar Franco, que em banho-maria preparou o caminho para o lançamento da candidatura de seu então ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Por dez anos, tivemos no Brasil um governo neo-liberal, que para muitos significava a predominância do capitalismo sobre o tão cultuado socialismo que, segundo os mais radicais, acabaria por fim com a possibilidade de aproximação das classes sociais.
Naquele momento a dinâmica do PT se mostrava cada vez maior, apesar das sucessivas derrotas de Lula nas urnas, e começamos a perceber que apesar das forças antagônicas não tardaria muito para que a esquerda assumisse o país, dada a insatisfação popular.
O PT sempre foi tido como uma partido diferenciado, onde as palavras de ordem eram, ética na política, civismo, moral, amor a pátria e igualdade social. Isso, repetido ao longo dos anos, fez com que a sociedade mais esclarecida começasse a se render aos motes de mudança.
Nada mais coerente num país onde sempre houve o predomínio da burguesia, desde seu descobrimento, do que a ascensão política de uma pessoa do povo ao cargo mais alto de representante da nação.
Finalmente Lula foi eleito! A esperança se materializou e virou realidade.
Entretanto, passados os primeiros meses de euforia, comecei a perceber que as coisas não aconteciam como haviam sido ditas por longos anos.
O que se replicou durante ao menos duas décadas em relação a mudança que produziria um operário no poder, começou a virar frustração.
As evidências sobre demagogia, casuísmo, corporativismo, corrupção, paternalismo e controle da máquina estatal a todo custo, saim cada vez mais da esfera do pensamento para a prática do cotidiano.
O PT não tinha esse direito!
A sociedade que tanto relutou em colocá-lo no poder, mas acabou cedendo ao seu discurso de partido diferenciado foi descaradamente enganada e teve como triste surpresa o fato de descobrir que o Partido dos Trabalhadores em nada se destacava positivamente dos que estavam no poder anteriormente, ao contrário, chegava a ser pior, pois, se maquiou durante todo o tempo num discurso contrário a falta de transparência com que as coisas políticas eram feitas e, no entanto, conseguiu negativamente, superar todos os métodos empregados, exemplo maior disso foi o mensalão.
O que percebemos nos Governos Lula foi uma falácia tamanha em relação aos principais problemas do país ao mesmo tempo em que se elaboravam meios de transformar a classe mais rasa da sociedade em eternos dependentes dos programas governamentais, através das esmolas em forma de bolsas, o que os tornariam eleitores fiéis do partido, uma vez que não se cobra nenhum esforço para tais benesses, basta ser miserável, sem educação e sem oportunidade ou mesmo indisposição para o trabalho.
Na macro economia não há como negar que se o País conseguiu algum tipo de avanço, deu-se isso, principalmente, aos métodos empregados pelo governo FHC, que saiu daquela fórmula desgastada dos pacotões, que em nada resolviam o problema e partiu para uma alternativa arrojada, de verdadeiro controle da inflação, acabando com o efeito ilusório das indexações ou gatilhos salarias que só serviram para piorar cada vez mais a imagem do país no contexto internacional. Surgiu uma nova moeda, o Real, e ao que parece, veio para ficar. Por isso, dentre outras coisas, Lula deve muitos agradecimentos a Fernando Henrique Cardoso.
Quando eleita, pelas mãos já enlamaçadas do seu antecessor, Dilma Rousseff nada mais era do que uma tarefeira pragmática, mas, a essa altura dos acontecimentos, isso era o que menos importava, pois quem estava se elegendo na verdade era novamente seu mentor. Como se diz na Umbanda, Dilma era apenas o "cavalo", o corpo. A alma ou o espírito continuava a ser do Lula.
Mas, como sabemos, o maior ódio é aquele que nasce do amor.
Por mais que ainda seja refém dos "miseráveis", que servem de sustentáculo para a politicagem reinante neste país, a sociedade esclarecida cansou!
Cansou de por longos anos ouvir discursos que não condizem com a prática, cansou de ir as urnas na esperança de melhorar o país, cansou de ser usada para atingir objetivos eleitoreiros, cansou da mesmice que se repete nos políticos, enfim, cansou de ser enganada.
A onda de protestos que hoje vemos nas ruas, ao meu ver, nada mais reflete do que essa indignação que vinha sendo guardada e tolerada até agora, que culminou e se externou com a priorização dos gastos elevadíssimos para as realizações da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, em detrimento ao bem estar social.
Num país onde ainda temos quase 50% dos domicílios sem saneamento básico. Num país onde o serviço de saúde é precário e excludente mesmo para aqueles que tem condições de obter um plano e principalmente para a massa que fica entregue ao serviço público. Num país onde a educação nunca foi prioridade a ponto de termos ainda um grande número de analfabetos. Num país onde o transporte público não funciona a contento, quando se tem, pois em algumas localidades ele sequer existe. Num país onde se tenta resolver a questão da violência por meio de programas e acordos que simplesmente não resolvem o X da questão... é inaceitável que se gaste tanto dinheiro com o "circo".
Onde vamos desaguar com os protestos atuais em contraposição aos métodos de governar e empregar o dinheiro público, só o tempo dirá, mas, uma coisa é fato, O Brasil não vai mudar, o Brasil já mudou, e a atual classe política está em polvorosa, pois, certamente, independentemente de partido, terá que se reinventar.
O resultado do que está acontecendo esperamos ver nas próximas eleições, mas, o melhor dos quadros seria, se pudéssemos, não mais tê-los como nossos representantes, ou ainda, simplesmente, que eles nos deixassem em paz.



domingo, 9 de junho de 2013

Faroeste Caboclo ( 2012 - Brasil)

Faroeste CabocloJoão (Fabrício Boliveira) deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um emprego como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo), por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo romance.
Mas, para quem conhece a música que inspirou o filme ficou uma sensação de que faltaram muitas coisas à serem mostradas. Houve uma pincelagem dos trechos que ao meu ver não foram muito bem selecionados. É evidente que a essência da história foi preservada, teve início, meio e fim, e por isso acredito que tenha agradado mais a quem não vivenciou o ápice e o contexto temporal em que a canção foi escrita do que as "viúvas" do bom rock nacional.
Não estou dizendo aqui que o filme não merece méritos, ao contrário, recomendo a todos assistirem, porém minha expectativa foi relativamente frustrada exatamente pelo fato de, como já disse, algumas passagens não terem sido retratadas, o que, ao meu ver, fizeram a diferença no desenrolar da trama, na medida que impossibilitaram mais fidelidade a história musicada por Renato Russo.
Entendo que se fosse para jogar na tela a totalidade da música, provavelmente o filme teria umas quatro horas de duração, mas de qualquer forma ficou a sensação de "quero mais".
Quem viu "Somos tão Jovens" entende plenamente o que quero dizer, pois este retratou, mesmo que de uma forma um pouco mais romântica do que merecia, uma versão bem mais próxima da realidade daquele momento ímpar da musicalidade do país. Já "Faroeste Caboclo" deixou várias lacunas que dariam, sem exagero, um outro filme.
Mesmo assim vale a pena conferir, pois é uma produção nacional de excelente qualidade, com jovens atores interpretando de forma muito convincente os papéis que lhe foram atribuídos, além de sobretudo, fazer mais um registro importante sobre um dos maiores gênios da música nacional de todos os tempos e que, certamente, já entrou para a posteridade.

domingo, 19 de maio de 2013

Perdeu Playboy...!

Numa das minhas caminhadas esta semana na hora do almoço pelo centro da cidade, presenciei algo bastante lamentável: Duas crianças, que não tinham mais de doze anos cada uma, sentadas num dos bancos da Praça da Cinelândia, com uniformes da  Rede Municipal de Educação, cantando em alto e bom som, os chamados "Proibidões do Funk".
Não que isso seja alguma novidade para mim, mas de toda forma é difícil de me acostumar com esse tipo de situação.
Imagino que por trás dessas crianças deva haver um mundo muito particular que, antes se contentava em permanecer dentro das suas limitações geográficas e agora está ganhando espaço territorial.
O ponto crucial da questão é o seguinte: Se aquelas crianças que são estudantes estavam fazendo aquele tipo de apologia à bandidagem, indago sobre as outras que não estudam e vivem a serviço do crime.
Quando clamamos pela revisão do ECA, não estamos pedindo que isso seja feito de forma gratuita, mas que se estabeleçam critérios para avaliação de cada situação. Não vejo como pertinente a redução da maior idade penal, mais a veemente necessidade de se avaliar individualmente cada caso de delinquência. Não se pode colocar sob os mesmos critérios aqueles que se envolvem em delitos leves e os que praticam estupros, latrocínios, crimes com requintes de crueldade e etc......No entanto, não podemos continuar a assistir impunemente a essa situação de total descontrole por parte dos dirigentes e controle total pelo lado dos menores, pois eles conhecem o estatuto melhor do que muitos de nós.

Não é possível que nossos dirigentes não consigam perceber que as crianças estão mais integradas a sociedade cada vez mais cedo. Será que nenhum deles tem filhos, netos, sobrinhos.....?
Hoje, certamente o entendimento e a opção pela vida, marginal ou não, em sociedade, se dá muito mais cedo do que quando eu ou até mesmo meus filhos éramos crianças....Meu sobrinho de nove anos tem um uma capacidade cognitiva de entendimento das coisas que, provavelmente só adquiri bem mais tarde.

Não sou um pessimista nato, mas é difícil de acreditar que esses eventos que estão por vir, principalmente Copa do mundo e Olimpíadas, transcorrerão em clima de tranquilidade. Se no nosso dia a dia, por mais que se fale em pacificação das áreas violentas, não conseguimos ter esta percepção, fico imaginando para o turista que virá a trabalho ou a passeio, principalmente aquele que está habituado a viver uma outra realidade. Temos que tomar cuidados para que ao invés de nos promovermos mundialmente não paguemos um grande mico e viremos motivos de chacota pelo planeta a fora.
Já pensou o gringo ouvindo:  lost playboy!

domingo, 5 de maio de 2013

SOMOS TÃO JOVENS (2011 - Brasil)


Brasília, 1973. Renato (Thiago Mendonça) acabou de se mudar com a família para a cidade, vindo do Rio de Janeiro. Na época ele sofria de uma doença óssea rara, a epifisiólise, que o deixou numa cadeira de rodas após passar por uma cirurgia. Obrigado a permanecer em casa, aos poucos ele passou a se interessar por música. Fã do Punk Rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando surge a ideia, a partir de suas audições sobre o que acontecia principalmente no cenário musical inglês, de fundar a banda Aborto Elétrico, que se tornaria, posteriormente, a semente germinadora da Legião Urbana.

Sem nenhum exagero, quando saí de casa para o cinema, sem mesmo ter lido a crítica, já sabia, praticamente, com o que iria me deparar, pois não havia como se retratar aquele momento de forma muito diferente.
O filme é bastante comportado, e procura demonstrar o surgimento do movimento Punk Rock Nacional de uma maneira tranquila, sem no entanto deixar a desejar no contexto. É claro que sabemos que outros acontecimentos ocorreram e coisas mais pesadas faziam parte do cotidiano, pois estávamos em plena Ditadura Militar. Entretanto devemos entender que a intenção do autor foi relatar o modo como se deu esse movimento cultural, que mudou os rumos da música brasileira.
SOMOS TÃO JOVENS conta a história da formação do Legião Urbana, mas que a reboque não tem como deixar de mencionar o também surgimento de bandas como Capital Inicial, Plebe Rude e Paralamas do Sucesso.
A sintonia dos fatos é o ponto alto do filme, não há lacunas, é completamente concatenado, o que faz com que, mesmo o menor conhecedor do enredo, acabe não se perdendo com a narrativa.
Belo, honesto, emocionante e com um elenco a altura na interpretação de figuras altamente conhecidas de todos nós como o Dinho (Capital Inicial), Herbert Vianna (Paralamas do Sucesso), toda a turma da Legião e outros.
Enfim, para quem se interessa minimamente pela história da música nacional, é um programa obrigatório.
Em tempo: Gostaria de mencionar para as pessoas que não viveram intensamente aquele momento, que esta obra trata das bandas que surgiram a partir do movimento underground de Brasília, no entanto, esse mesmo movimento ocorreu em todo o Brasil, claro que com características diferentes, mas com a mesma ideologia, variando, naturalmente, nas atitudes e nas características locais. 
E outro ponto significativo que merece destaque, é que tão importante para a época, assim como os que aparecem na tela, foram as bandas radicais extremistas que tocavam músicas mais "violentas" e tinham um propósito mais definido o que não as possibilitou a compra pela mídia (a não ser pela inédita "Fluminense FM"), e nesse ínterim podemos falar de Cólera, Replicantes, Detrito Federal, Inocentes, Água Brava, Dorsal Atlântica, Azul Limão, Picassos Falsos, Garotos Podres, Gueto, etc...
O fato é que a partir de agora temos mais um registro da história dos movimentos musicais no Brasil. Um bom filme, sem dúvida, mas diga-se de passagem, retrata somente o lado politicamente correto daquele que talvez tenha sido o momento de maior ebulição da música jovem nacional, sem entrar no mérito de comparações com movimentos distintos, os quais não vivenciei.
Para quem estava no auge da adolescência/juventude nos anos de 1980, como eu, assistir a SOMOS TÃO JOVENS se torna quase um dever.


domingo, 21 de abril de 2013

Sombras de Goya ( 2005 EUA - Espanha)

Nos primeiros anos do século XIX, em meio ao radicalismo da Inquisição e à iminente invasão da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte (Craig Stevenson), o gênio artístico do pintor espanhol Francisco Goya (Stellan Skarsgard) é reconhecido na corte do Rei Carlos IV (Randy Quaid). Inés (Natalie Portman), a jovem modelo e musa do pintor, é presa sob a falsa acusação de heresia. Nem as intervenções do influente Frei Lorenzo (Javier Bardem), também retratado por Goya, conseguem evitar que ela seja brutalmente torturada nos porões da Igreja. Estes personagens e os horrores da guerra, com os seus fantasmas, alimentam a pintura de Goya, testemunha atormentada de uma época turbulenta.
Para os amantes da arte este é um filme imperdível.
Além de nos remeter a um contexto histórico e controverso onde, em nome da dignidade humana e da adoração a Deus, se praticavam enormes barbáries à pessoas inocentes, indefesas e completamente submissas ao poderio da monarquia e da Igreja Católica, nos permite conhecer mais um dos únicos artistas de todos os tempos, que teve a coragem de retratar a guerra e as atrocidades contra a pessoa humana, não pelo aspecto lúdico ou pela visão dos vencedores, mas de forma crua explicitar, por meio da pintura, como o poder é cruel e o quanto de maldades são praticadas em nome do bem.
Para quem o desconhece, vale a pena buscar ver o filme, bem como o quadro nomeado de "Horrores da Guerra", e assim conhecer Francisco Goya, um artista, um intelectual... um ser humano.

domingo, 31 de março de 2013

Que Rio é Esse?

Hoje estive no Centro do Rio, mais especificamente naquela região que compreende a Cinelândia... e fiquei decepcionado com o que vi.
Como já é de hábito, o Rio recebe muitos turistas, nacionais e internacionais, principalmente nos finais de semana prolongados, como foi o caso.
Lamentavelmente eu não consegui definir se o maior número de pessoas pertencia aos visitantes ou aos mendigos, pedintes, viciados, ladrões e outros.
Em particular, fica impossível de aceitar esse tipo de coisa com naturalidade.
Não entendo como uma cidade com o potencial turístico do Rio de Janeiro, que além de uma beleza natural incomparável, possui uma arquitetura belíssima, assim como uma gente bonita e descontraída, beirando a exuberância, possa conviver com esse tipo de situação.
É vexatório para nós cariocas!
Tanto se fala em segurança pública, choque de ordem, pacificação e outras coisas do tipo! No entanto o que percebo é que a cada dia as ruas estão mais infestadas de "crackudos", cheiradores, maconheiros e ladrões. Praticamente não há uma praça no centro da cidade ou na zona sul que não seja ocupada por esses sub-extratos de gente. 
Quando chego em outras cidades (seja dentro ou fora do Brasil) raramente me sinto menos seguro. Normalmente o turista é tratado com respeito, deferência e bons serviços. Aqui a coisa é diferente, ele já começa a ser acharcado na rodoviária ou no aeroporto.
Hoje me senti envergonhado! 
Envergonhado de poder falar tão bem de tantos lugares que já visitei e ser incapaz de fazer o mesmo pela cidade que nasci, vivo e adoro.
Envergonhado por ouvir nossas autoridades convocarem o mundo para visitar o Rio sem a menor condição de dar-lhes um tratamento merecidamente seguro e respeitoso.
Envergonhado por perceber que o que mais está em jogo é o interesse político.
Envergonhado por não poder convidar alguém de fora para visitar a cidade, sem ficar com a sensação de mentira e bravata.
Enfim, envergonhado de ter uma das maravilhas do mundo sob o jugo de déspotas que só falam e olham para o próprio umbigo e que, a unica verdade que possuem é a capacidade de mentir.


domingo, 24 de março de 2013

A.P.A.

Nesta sexta feira 22/03/2013 rolou mais uma pelada do A.P.A. (Amigos Peladeiros do Aterro).
Como de sempre regada a muita descontração, bate boca e assuntos polêmicos do tipo mulher, bebida e diversão.
O destaque da noite foi o gol perdido por Ronaldo (Miranda) que sem marcação e sem goleiro, em cima da linha do gol, conseguiu jogar a bola por sobre a  trave lembrando os bons tempos de David (ex atacante do Flamengo).
Após a pelada, como de hábito, terminamos o evento num boteco do Largo do Machado onde permanecemos até às 02:00.
Lembramos aos amigos que não puderam comparecer que o próximo evento será em 05/04/2013 às 20:00.
Em tempo, foi aceita a proposta de voltarmos a Churrascaria Carretão em Copacabana após a mesma oferecer 50% de desconto no rodízio, com direito a sobremesa, a fim de se retratar do inconveniente provocado pela suspeição de não pagamento da conta por um dos integrantes do grupo, fato ocorrido a duas semanas. Está a cargo do Paulinho (promoter) agendar a data de retorno.
No mais, é isso aí....sempre juntos!

domingo, 17 de março de 2013

O Papa, a Igreja e o Suicídio.


Não sou e não tenho a menor pretensão de ser um profundo conhecedor de teologia, no entanto me permito aqui manifestar minha dúvida sobre algo que sempre foi preconizado pela igreja e agora, com a renuncia de Bento XVI, me fez repensar o assunto sob um ponto de vista que pode até parecer inusitado, mas que tem tudo relacionado ao que quero expressar.
Desde a época em que, quando criança, eu frequentava a Igreja Católica acompanhando minha mãe, que até hoje é uma fiel de carteirinha, onde cumpri todas as regras do catolicismo até chegar a primeira comunhão, que ouço dizer que a pessoa que se suicida não tem direito ao perdão divino pelo fato de retirar de si aquilo que pertence a Deus e não a ele, ou seja, o dom da vida.
O suicida atenta contra a criação divina, afronta o criador e renega a sua própria existência e por isso sua alma já está condenada, pois ao tomar tal atitude estaria ele sob domínio do Diabo e num gesto extremo de fraqueza se entrega. Daí em diante, Passa a pertencer ao seu clã e habitar o mundo das trevas, fazendo com não lhe seja permitido, sequer, uma missa pelo espírito. 
E o que isso tem a ver com a renuncia ao Papado de Bento XVI?
Tem tudo a ver!
O primeiro Papa na Igreja Católica foi São Pedro, um dos 12 
apóstolos de Jesus Cristo. Nascido em 10 a.C, Simão Pedro 
exerceu seu pontificado entre os anos 30 e 67.Ele tem uma grande importância para os católicos, pois é considerado o fundador, com São Paulo, da Igreja.
Foi considerado o primeiro bispo de Roma, apesar de não existir consenso histórico sobre sua ida à capital do Império Romano.O cargo de primeiro Papa lhe foi dado anos depois, pois tal título começou a ser usado cerca de dois séculos mais tarde.
Apesar de surpreendente, a renúncia de Bento XVI ao posto de Sumo Pontífice da Igreja Católica, não é um fato inédito. Ele é o quarto Papa a renunciar. 
O primeiro Papa a deixar suas funções foi Ponciano, em 235. Celestino V renunciou em 1294. O último a optar por deixar o posto ainda em vida foi Gregório XII, que o fez em 1415, decisão que encerrou a chamada Cista do Ocidente. 
A renúncia de um Papa está prevista e estabelece que para que seja válida é necessário que seja livre e especifica, que não precisa ser aceita por ninguém."Se o Romano pontífice renunciar a seu ofício, requer-se para a validade que a renúncia seja livre e se manifeste formalmente, mas que não seja aceita por ninguém", estabelece o cânone 332,2 do Código de Direito Canônico, único elemento válido para julgar o tema.
Mesmo sendo "legítima" a renuncia de um Papa, ao considerarmos que desde sempre aprendemos que este é o representante maior de Deus na terra (para alguns é o próprio) e que sua figura nasce a partir de um rito de passagem onde, hoje, a Mão Celestial, por meio dos Cardeais, se encarrega da sua escolha que, em tese, considera dentre outras coisas sacras, uma conduta ilibada e uma vida de total devoção a religião, e por isso, não podemos deixar de relacionar a sua desistência do cargo à negação de uma escolha Divina.
Ora, por mais que haja um documento que ratifique tal atitude, onde fica a vontade de Deus nesse ínterim? Quando da sua escolha não nos é passado que o escolhido é seu legítimo herdeiro e co-herdeiro de Cristo?
Se é assim, parece-me que esta é mais uma contradição da Igreja.
Ao meu ver, trata-se de uma situação de conveniência onde se afirma e se nega simultaneamente coisas que, por mais que se tente mostrar que são diferentes, na verdade são iguais.
Da mesma forma que o suicida atenta contra Deus, o Papa, ao renunciar, faz o mesmo, ainda que de outra maneira.
Assim, temos dois pesos e duas medidas que são relativamente simples de se entender. O suicida não representa nada além de si mesmo e por isso sua "punição" se torna simples e exemplar para os demais fiéis e,  ao contrário do que se possa imaginar, fortalece ainda mais o poderio da Igreja na medida em que esta lhe impõe o castigo do abandono e da repulsa. Enquanto isso, a renúncia do Papa se constitui num imbróglio que teve como resolutividade a invenção de um código para justificar o injustificável ( pois como um documento escrito pelo homem pode mudar a escolha de Deus?). Mas foi necessário! Se assim não fosse, como a Igreja iria resolver tamanha mixórdia? Como ficaria sua "moral" diante do mundo?
O fato é que tanto o Papa como o suicida são pessoas, e enquanto tais, possuem o direito de fazer (ou desfazer) o que quiserem no que diz respeito as suas vidas. Se é que existe realmente o livre arbítrio, ele deverá valer para todos em qualquer condição ou cargo que ocupe.
Afinal, o Deus que habita o Papa é o mesmo Deus que habita a todos nós....ou não?




domingo, 10 de março de 2013

Estamos de Volta!!!!

A boa amizade é aquela que não te cobra, mas te proporciona o prazer de a cada encontro ficar já ansioso para que aconteça o próximo.
Quando nos reunimos com amigos de verdade tipo aqueles que desprezam as mazelas do cotidiano para discutirmos sobre os temas mais importantes naquele momento (bebida, mulheres, futebol, relacionamentos conjugais, etc) todos os assuntos se tornam  polêmicos, pois são sempre regados a uma grande dose de sarcasmo e descontração.
Desta vez não foi diferente, nesta sexta feira, nós da "Confraria", nos reunimos na Churrascaria Carretão em Copacabana para colocarmos em dia nosso papo salutar.
Para variar o clima era de total algazarra e acredito que foi nossa despedida daquele lugar, pois mais uma vez "fechamos a casa" com nossa bagunça e diversão. Num ambiente onde as pessoas normalmente se encontram no horário noturno para jantar ou curtir seus pares, nossa linha é inversamente proporcional, o que queremos na verdade é zoação.
A conversa não obedece a uma pauta, ao contrário, a ordem é completamente descartada, pois saímos de um assunto para o outro sem a menor cerimônia. Mas o que interessa realmente é a transparência e a expontaneidade das opiniões de cada um, por mais complicado por exemplo que seja entender como o Ronaldo (Miranda) consegue administrar tantas mulheres ao mesmo tempo, sem que entre em conflito com nenhuma delas e ainda arranjar tempo para beber e jogar bola, o cara é um leão. O Caio (soldado) tentando nos convencer de que Funk tem qualidade, não pela música, mas pelas tchucas que o som traz a reboque, segundo ele, é isso que importa. O Edu (o Rômulo Costa do grupo) com o seus tópicos polêmicos, coloca na mesa os mais variados assuntos, mas no vai e vem da discussão sempre acabamos falando do seu afilhado, o incomparável, inédito e excêntrico Batistuta, que agora, além de tudo, é autoridade. Contrastando com o  Joel (professor) sempre justo e conclusivo nas suas opiniões que se difere do Rafael (Casa Grande) com sua tranquilidade para falar e sua simpatia cativante, não deixando transparecer a máquina detonadora que é.....somente quando provocado. O Paulinho dispensa comentários, pois é o cara que se empenha em organizar nossos encontros, corre de um lado pro outro, liga pra todo mundo e faz a coisa acontecer, é o nosso Promoter de plantão, se encarregando, inclusive de agregar valor ao grupo, como foi o caso de nos proporcionar a presença luxuosa do Alexandre (brother), o mais novo membro, em compania da sua namorada.
Enfim, foi mais um encontro memorável.
De Lamentável foi somente o gerente da Churrascaria que estava carente de atenção e se perdeu lá nas contas insinuando que havia sido cobrado um valor a menor do que foi consumido, que uma pessoa não havia sendo computada no rodízio. Mas no fim acabou tudo bem, o pseudo "palhaço", depois de  protagonizar sua cena de teatro de quinta categoria, se encontrou lá nos seus achados e perdidos e confirmou o que todos já sabiam,o erro havia sido dele... pobre diabo! Perdeu nobres clientes, e o fato sequer teve qualquer implicação no evento.
É isso amigos, nos superamos a cada reunião! E que venha a próxima.


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Filme: Cotton Club (1984 - EUA)

Harlem, Nova York, 1928. Dixie Dwyer (Richard Gere), um músico, salva a vida de Arthur "Dutch Schultz" Flegenheimer (James Remar), um gângster, quando este foi vítima de um atentado. Imediatamente Dutch coloca Dixie trabalhando para ele, que então passa a circular no Cotton Club, uma elegante casa noturna na qual artista negros se apresentam para um público formado exclusivamente por brancos. Desta maneira Dwyer conhece Vera Cicero (Diane Lane), a jovem amante de Dutch, e os dois logo se apaixonam. Entretanto, para permanecerem vivos mantêm esta relação em segredo. Paralelamente um outro caso de amor acontece no Cotton Club, quando Sandman Williams (Gregory Hines), um exímio sapateador negro que sonha em trabalhar na famosa casa noturna, se apaixona por Ula Rose Oliver (Lonete McKee), uma mestiça que se faz passar por branca e já trabalha no Cotton Club. É uma época em que os gângsters irlandeses e judeus lutam contra os italianos, sendo que diversas brigas deles foram públicas e tiveram o Cotton Club como cenário. Dixie Dwyer não suporta a situação que vive, mas a sorte lhe sorri quando o convidam para fazer um teste para o cinema. Apoiado por Owney Madden (Bob Hoskins), o dono do Cotton Club, e de seu sócio Frenchy Demange (Fred Gwynne), o músico consegue o principal papel de "Mob Boss", para desagrado de Dutch. Vera por sua vez se torna dona do Vera's Club, que lhe foi dada por Dutch e se ela tem o que sonhou em contrapartida não é livre.
Para os amantes da boa música e de boas histórias, fica a recomendação.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Caminhos do Chile.

Nesses poucos dias que passamos em Santiago do Chile, eu e minha adorável esposa, e aqui falo por nós dois, constatamos algumas coisas e nos surpreendemos com outras.
O povo chileno é de uma educação invejável e isso se materializa no tratamento dado ao visitante, na limpeza urbana, na valorização da sua cultura e principalmente na politização supra partidária da população, esteja ela na classe social que estiver.
Lá, como em todo lugar, existe pobreza. Mas a grande diferença para nós brasileiros, é que mesmo os pobres possuem uma conscientização de sua importância social que os fazem lutar, para mudar sua condição sem esperar letargicamente as bonificações dos programas governamentais.
Raramente nos deparamos com pessoas, sejam crianças, jovens ou adultos em estado de miserabilidade. Ao fazermos nossa visitação aos pontos turísticos daquela cidade não encontramos um pedinte sequer e até mesmo os poucos ambulantes que haviam nestes locais se comportavam de forma muito diferente da que costumeiramente encontramos no Brasil.
Tivemos a possibilidade de conhecer lugares encantadores e mesmo aqueles que nos trazem algumas lembranças tristes, como o Palácio La Moneda (símbolo maior da ditadura local) hoje é visto com os olhos de que o triste passado que um dia representou  não mais simboliza um desagradável monumento a expropriação dos direitos civis, mas uma bela construção que se tornou a antítese de tudo o que já foi, se constituindo no estímulo maior para a formação de uma nova e moderna sociedade onde a preservação da ordem, do progresso e do bem estar, em nenhuma hipótese, deve se confundir com o direito a liberdade de pensamento e expressão, seja no âmbito individual ou coletivo.
O Chile, por sua localização geográfica, é, pelos próprios chilenos considerado o "final do mundo". Claro que num sentido de brincadeira, porém eles se utilizam desta para expressar sua necessidade de se tornar cada vez melhores para que possam receber a atenção dos demais paises. E estão conseguindo a passos largos, pois além da excelente qualidade de vida que possuem, praticamente sem inflação, sua previsão de crescimento do PIB para 2013 é da ordem de 5,2%.
Ao contrário da citada brincadeira, percebemos que a Patagônia, a Cordilheira dos Andes e os seus Vales, nos remetem mais ao princípio de tudo do que a um final. Parece-nos que a inspiração para a criação surgiu exatamente desta diversidade lúdica e contrastante, proporcionada por suas perfeitas contradições . Como se imaginar que em pleno mês de fevereiro poderíamos ter contato com a neve? Como entender que num trajeto de carro de pouco mais de uma hora, passamos de uma temperatura de 34º para apenas 12º? Como se dá a produção dos conceituados vinhos em um solo completamente arenoso irrigado de forma artesanal pela mão humana? Perguntas, que ao meu ver, não devemos tentar responder, pois, certamente não seremos capazes de uma definição que passe ao menos próximo da verdade. Se é que existe uma!
Outro aspecto que nos encantou foi a valorização e por que não dizer a devoção (no bom sentido) ao aspecto cultural que permeia toda a sociedade. Não houve sequer uma pessoa que tenhamos conversado e que não tivesse, de alguma forma, algum conhecimento sobre a cultura local. Em particular, especulei muito sobre um dos meus escritores favoritos de todos os tempos, Ricardo Eliezer Neftali Reyes Basoalto que mais tarde viria a se tornar Pablo Neruda. Fiz todas as perguntas que sempre desejei a seu respeito, tomei conhecimento de coisas que não sabia e li textos que sequer chegaram (e não sei se chegarão) ao Brasil e não resistindo, comprei sua biografia oficial.
Sabemos que recomendações são sempre duvidosas, mas não podemos deixar de incentivar as pessoas a visitarem um pequeno país com imensa grandeza. O Chile é o que há de melhor na América do Sul!
Por fim, a minha presença naquele lugar me deu o direito de repetir o que disse um dia o poeta, "Confesso que he vivido".

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Que Venha o Carnaval!

Finalmente chegamos ao momento mais honesto dos 365 dias do ano, o Carnaval!
Festa do povo sarcasticamente definida como pagã pela igreja.
Muito além da concepção de momento e também para além da ideia hipócrita de confraternização, o Carnaval se destaca de qualquer outro acontecimento a nível de Brasil e ganha por corpos de vantagem dos tão badalados Natal e Ano Novo.
Tentarei explicar! Quando nos aproximamos do Natal somos entubados por diversos meios que tentam nos mostrar que este é o momento o qual devemos nos rever, nos confraternizar, sermos solidários, enfim, nos vestirmos com um manto de bondade que se encarregará de nos transformar nas melhores pessoas do mundo e os verdadeiros e fiéis representantes da bondade divina.
No Ano Novo tudo se renova, nada de mal acontecerá deste momento em diante, nossas orações serão todas atendidas e nenhum mal nos assolará, pois nos tornamos imunes a infortúnios. Quando o céu fica colorido pelos fogos que celebram este rito de passagem, e porque não dizer, para o ressurgimento da vida, uma nova realidade se apresentará.
Tudo heresia, mentira, falsidade, comercial, desonesto, etc....
Essas duas datas são o que há de pior no nosso calendário.
Só se prestam para trazer melancolia, sofrimento, hipocrisia e a ilusão consciente (se é que isso é possível) para as pessoas, pois, passadas apenas algumas horas tudo volta a como sempre foi e mesmo os mais bossais percebem que terão que esperar até o próximo ano para exercerem novamente suas ridículas e falsas convicções.
Já o Carnaval é diferente! Este se constitui realmente numa festa popular onde, em oposição ao Natal e ao Ano Novo, todos podem se divertir sem a necessidade de gastar valores monetários para comprar suas felicidades.
O sentimento das pessoas é de alegria e diversão, onde pobres e ricos se embutem da mesma sensação de liberdade e descontração.
Viva a folia, a honestidade, o igualitarismo. Viva a verdadeira alegria, que por mais que seja somente por um curto período é honesta e nos liberta das imensas bestices, idiotices, mesmices e outras ices que só servem como meios de enganação e manipulação para com os medíocres.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Plantar e Colher!

Como é bom participarmos de uma boa conversa!
Em tempos onde o domínio tecnológico se encarrega  nos aproximar de pessoas que sequer já vimos,  ainda é possível se constatar que o corpo a corpo e os olhos nos olhos se constituem na forma mais satisfatória de se obter conhecimento.
Um encontro com amigos na mesa de um bar, um papo descontraído, onde em vários momentos as opiniões são divergentes, nos fazem compreender cada vez mais que o ser humano é uma fonte inesgotável de saber.
Satisfação maior é a percepção que, de certa forma, essa sociabilidade,  por este meio de contato, perpassa gerações.
É gratificante quando estamos a presenciar que nossos filhos, que vivem uma realidade incomparavelmente diferente da qual vivemos em suas idades, conseguem se inserir com facilidade neste contexto.
Inevitavelmente, uma sensação de orgulho, por menos vaidosos que sejamos, acaba nos possuindo, pois, sabemos das mazelas perigosas com as quais a juventude se depara em cada esquina da vida e , por isso mesmo, nos sentimos vitoriosos quanto temos a possibilidade de constatar que todo o trabalho que tivemos na formação de cada um deles valeu a pena. 
As coisas são assim, se plantamos vento colhemos tempestade! Mas se jogamos a semente, adubamos a terra e a regamos com carinho, muito provavelmente, colheremos belas flores.