quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ensaio: Fundamentos Infundados de uma Sociedade (parte II)

É comum em sociedades menos desenvolvidas obtermos a inversão de papéis, dado o fraco entendimento dos cidadãos quanto ao processo democrático. Normalmente percebemos que isso ocorre principalmente em razão do baixo nível de escolaridade e do pouco, ou nenhum, engajamento político. Nessas sociedades não é raro o fato das pessoas negligenciarem a esfera política a ponto de inocentemente conceberem suas vidas dissociando o ser privado do ser público.
Ao recorrermos a história recente de algumas sociedades, percebemos  que em boa parte delas onde o regime democrático foi implantado, o mesmo ainda não se encontra consolidado. Confunde-se democracia com o direito (ou a obrigação) do voto, seus fundamentos não são respeitados, seus princípios são violados e seus agentes, muitas vezes, se apropriam, individualmente, dos resultados  por ela proporcionados.
Não é por outro motivo que alguns autores questionam o estado democrático, colocando em xeque sua eficácia e apontando suas fragilidades no sentido deste permitir o surgimento de atores políticos mal intencionados.
Não compartilho desta opinião, pois, sempre concebi que não somente a democracia, mas a aristocracia, a monarquia e até a tirania, possuem virtudes e imperfeições. O que realmente define se um regime é salutar ou nocivo a uma sociedade é o que esta mesma sociedade espera para si e quais as condições que foram por ela conquistadas, de modo a buscar, via seus representantes, o que é importante para sua existência e satisfação.

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